O século XXI está repleto de desafios que a sociedade humana precisa discutir e encontrar soluções. Entre estes problemas, o uso de celulares por crianças e adolescentes nas escolas tem trazido diversas discussões.
Por um lado, há a necessidade das instituições educacionais se adaptarem aos novos tempos, criando o estímulo de se usar as tecnologias para potencializar o aprendizado, por meio de jogos, quizzes e outras interações digitais.
Entretanto, um relatório da UNESCO de 2023 aponta para o declínio do aprendizado em diversos países devido ao uso indiscriminado dos celulares em sala de aula. Vários problemas foram identificados com o uso desses aparelhos, como distrações, cyberbullying, ansiedade e depressão.
Assim, a sociedade entra num dilema: liberar ou proibir o uso de celulares nas escolas. Diversos países tomaram iniciativa de proibir o uso de celulares nas salas de aula, como Estados Unidos, Canadá e França.
No caso do Brasil, o Senado aprovou em 2023 um projeto de lei que proíbe o uso de celulares totalmente para o Ensino Infantil, e parcialmente para o Ensino Fundamental e Médio. O uso parcial está liberado especificamente para atividades pedagógicas orientadas pelo professor ou para o auxílio de pessoas com deficiência.
Apesar do avanço através dessa lei, o verdadeiro problema começa em casa, onde pais e responsáveis, em geral, não têm nenhum controle sobre o uso dos celulares por seus filhos. Crianças que almoçam com celular na mão, adolescentes que perdem noites de sono em jogos digitais, entre outros usos distorcidos destas tecnologias.
Portanto, é essencial criar uma nova cultura que envolva as famílias para uma educação digital dentro de seus lares, pois não adianta proibir seu uso nas escolas e em casa continuar com as mesmas práticas compulsivas, que inevitavelmente terão impactos em sua saúde mental e socialização.
O poder público deve urgentemente criar uma campanha para a educação digital dos pais e responsáveis, que direcione o uso dos celulares por crianças e adolescentes de forma moderada e racional.
A educação é um processo que envolve o Estado, a família e a escola, portanto, somente trabalhando de forma articulada poderão criar uma cultura digital saudável e benéfica para o aprendizado dos jovens cidadãos.
Fábio Gomes
Professor de Geografia
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